A COMPREENSÃO DO SOFRIMENTO
A compreensão do sofrimento como uma chave para saída do jogo da lei cármica é a ferramenta necessária, neste momento de reconhecimento e transformações.
Alguns sábios definiram bem a forma que devemos olhar para o nosso campo vibracional, como “a verdade vos libertará”, conforme nos ensinou o Mestre Jesus; há um maravilhoso ensinamento de Krishnamurti, quando diz: “a compreensão do sofrimento envolve “reconhecer” que o sofrimento não é uma entidade separada, mas sim uma parte intrínseca da nossa “experiência” como seres humanos. Aprofundar-se nesse reconhecimento, sem julgamento ou resistência, pode levar a uma transformação fundamental, onde o “eu” que sofre se dissolve na própria experiência do sofrimento.”
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É essa a simplicidade dos fatos da vida dentro do novo olhar: RECONHECER que tudo foi como foi, não podendo ter sido diferente; isso nos coloca na vibração de aceitação de que aquilo que foi é imutável.
Quando compreendemos isso, é o fim do julgamento, da culpa e da vergonha.
Experimentar a separação na dualidade gerou a possibilidade, a oportunidade de reconhecer o que realmente é o Amor. Experimentar a inconsciência possibilitou navegar em águas profundas dos pântanos das emoções, até a compreensão da nossa própria grandeza.
O olhar muda a rota. Em vez de nos olharmos como vítimas das histórias, olhemo-nos como cumpridores da proposta aceita e experimentada; se estivéssemos participando de uma novela, um teatro ou um circo, drama, tragédia ou comédia, estaríamos sendo pagos para isso. Cumprido o enredo, cada personagem volta para sua casa.
Sair das reclamações e explicação da experiência já nos ajuda a subir de nível, avançando um pouco mais na linha do tempo, possibilitando que mudemos a nossa realidade, continuamente, aprendendo a experimentar o poder em Ser a Fonte, expressando DEUS a todo tempo.
Krishnamurti também enfatiza que o sofrimento não é algo que “acontece conosco”, mas sim algo que faz parte da nossa própria “natureza, enquanto seres humanos vivendo em um mundo de conflitos e desejos.”
Levamos tempo para chegar à compreensão de que a experiência não é e nunca foi um pecado; as doutrinas, religiões, filosofias, ensinamentos aprendidos, durante todas essas eras, cobram-nos o não fazer a experiência ou negá-la, e em toda essa cobrança há conotação de pecado.
Fomos impressos pelas emoções e repetição de padrão do nosso campo fenomenológico, presos na lei cármica, à qual fomos submetidos, “todos” vivendo inconscientes até o ápice.
No entanto, os que se “consideravam sabedores e cumpridores” do que também erroneamente acreditavam ser as Leis de Deus, sentiam-se no direito de apontar a experiência humana, dando a cada um o seu quinhão de pecados.
Absurdamente estivemos sendo doutrinados, rodamos por eras entre as diversas teorias, ensinamentos religiosos, que nos deixavam cada vez mais presos entre o que éramos obrigados a praticar pelo contrato cármico e o fato de sermos julgados por termos que cumprir tal contrato.
Uma roda sem fim!
Embora esses mesmos que estiveram nos culpando e nos levando a sentir vergonha pela nossa experiência também tivessem praticado aquilo de que nos apontavam, sempre estiveram escondidos e protegidos por suas vestes litúrgicas, papais, sacerdotais, em seus púlpitos glamorosos, sob a falsa égide de proteção e preocupação com suas ovelhinhas, deixando sempre claro que estivemos desagradando a DEUS, trilhando caminhos de pecados, desobediências, desconsiderando e mostrando o quanto ignoravam a vida como uma experiência de prisão na lei cármica
Nenhuma igreja fala sobre o carma, muito pelo contrário, repudiam qualquer ensinamento que nos tire da ignorância de estarmos presos na roda do Samsara.
Essa informação desmantelaria a prisão da inconsciência vivida por essa humanidade; embora o espiritismo fale sobre a lei cármica, ele não esclarece o encerramento e saída dessa prisão, levando-nos a crer que um dia pagaremos todas as nossas faltas e “seremos livres”. A grande mentira!
São tantos os conselheiros desinformados sobre o que realmente significa essa experiência, aos quais ficamos submetidos, que é quase inacreditável que hoje podemos vislumbrar a liberdade tão proclamada por Jesus.
Krishnamurti enfatiza que: “A chave para a compreensão do sofrimento, é a observação atenta e sem julgamento da experiência dolorosa, sem nomeá-la, categorizá-la ou tentar suprimi-la. Não é algo que o “eu” observa, mas sim uma extensão da própria natureza do “eu”. Quando não há um “eu” separado para sofrer, o sofrimento se transforma.”
Devemos ainda acrescentar que essa observação, que ele cita, é a auto-observação, autopercepção, autorrespeito e autorresponsabilidade. Essas são chaves que nos trazem para dentro de nós, ensinando-nos que nada há fora de nós e que, principalmente, esse fora nos faz distanciarmos cada vez mais da nossa essência, em que temos total garantia de sair definitivamente de qualquer tipo de sofrimento. O sofrimento é a prova real da ilusão, sendo assim fora da ilusão não há o sofrimento.
Tudo o que vivemos é condicionamento: Nossas reações e padrões de pensamento são moldados por experiências passadas, cultura e sociedade, levando à repetição de sofrimento por eras, é desse padrão que devemos sair agora. Não devemos entender como uma transformação do sofrimento, mas sim como o encerramento da jornada tridimensional, sem esforço ou busca, mas sim pela percepção da verdade sobre a natureza do sofrimento.
Devo então me perguntar: Qual energia ainda hospedo em meu campo?
Considerando que o medo é a principal causa do sofrimento, tudo que deriva dele também é, mas se o medo é a nossa maior ilusão, em qual ilusão de medo estamos presos? Medo de não sermos amados, de escassez, medo de não sermos reconhecidos…
O medo nos coloca no controle, na manipulação, na dissimulação, na raiva, e em outras formas de defesa, mas tudo isso se encerra, quando encontramos a nossa essência, o amor que somos, em gratidão por tudo e por todos.
Esse é o encerramento da experiência de sofrimento que todos nós experimentamos.
Essa descoberta é que nos liberta, fora do medo nada há. Reconhecendo esses padrões, seremos livres.
Relacionarmo-nos com o Amor é nos relacionarmos com a nossa essência, a liberdade de que Jesus tanto falou.
Créditos:
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- Autora: Márcia Vasques
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- Revisora: Lúcia Miranda Rosa
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- Arte & Edição: Larah Vidotto